Margem, bruto, operacional, presumido, real… é normal que você, empreendedor, faça confusão com esses termos relacionados ao lucro. Mas elaboramos este artigo para ajudá-lo a entender melhor tudo isso.
O lucro é um indicador positivo de qualquer investimento. O retorno daquilo que você, como proprietário do capital social, do dinheiro ou dos títulos investidos inicialmente na sua empresa, recebe.
É evidente que, por se tratar de um importante fator para qualquer empreendimento, nós já produzimos e compartilhamos muitos conteúdos a respeito de lucro. Por isso, assim como fizemos com outros assuntos – tal qual a inovação –, aqui traremos um apanhado de artigos, palestras e outros textos que certamente poderão te ajudar a não apenas entender melhor de lucro, mas também a descobrir o que fazer para melhorá-lo. Como um guia, mesmo, para te orientar em relação às diferentes formas e concepções de lucro, e tudo mais. Vamos lá:
Comecemos pela margem de lucro
Sim; comecemos por esta porcentagem que é adicionada aos custos totais do seu produto ou serviço, que define o preço final da comercialização e, assim, o quanto de lucro que sua empresa terá em cima daquela venda.
Neste elucidativo artigo, o especialista em auditorias Paulo Sérgio Dortas discorre sobre a margem, e sobre rentabilidade.
Explica Dortas que a margem de lucro é concebida a partir dois conceitos básicos: a formação do preço de venda e o retorno esperado para o capital investido. No primeiro caso, a formação do preço envolve tanto aspectos que estão sob o seu controle, como o custo de produção, e outros que não estão, como quanto o mercado está disposto a pagar pelo seu produto ou serviço. Ou seja, de nada adianta querer praticar um preço irreal, que está fora do que vem sendo praticado pelos seus concorrentes.
Agora, a questão do retorno para o capital investido: Dortas afirma que este retorno deve considerar o custo de oportunidade do dinheiro. Ou seja, ele deve ser superior ao esperado para uma aplicação ou dívida no mercado financeiro – caso contrário, não valeria todo o esforço de empreender.
O especialista afirma que há, no mercado, uma métrica de retorno a depender do tipo de setor em que se irá empreender. No varejo, por exemplo, há uma remuneração de cerca de 4% sobre o total das vendas. Para a atividade de serviços, espera-se algo em torno de 20% sobre o total das vendas.
Feitas essas reflexões, Dortas procede ao cálculo da margem de lucro. Ele afirma que, para isso, você deve partir do preço de venda, lembrando-se sempre de que se trata daquele que o mercado está disposto a pagar e não o que você gostaria de praticar. Deve, então, deduzir todos os custos para produzir e entregar – inclusive impostos –, chegando-se assim à sua remuneração.
E o especialista faz um alerta: você não pode se esquecer de incluir todos os custos necessários. Aqueles que variam de acordo com o volume de produção, os variáveis e aqueles que às vezes são esquecidos, como os custos fixos, existentes independentemente de haver produção ou não.
Caso o resultado obtido seja negativo, ou mesmo inferior à margem de remuneração do setor em que você está atuando, Dortas afirma que pode ser a hora de dar uma olhada na sua eficiência operacional.
E o lucro bruto?
Claro, vamos a ele: neste artigo, abordamos a questão em profundidade. O lucro bruto ou lucro operacional bruto, é como o texto coloca, a diferença positiva entre a receita líquida das vendas da sua empresa e o custo envolvido para dispor do produto ou do serviço vendido – sem que impostos e outras taxas tenham sido reduzidos. É o rendimento que permanece após a dedução de todos os custos necessários para a a obtenção deste rendimento.
Como exemplo, o artigo traz o seguinte: imagine que sua receita bruta seja de R$ 100.000. Com ela, então, calcula-se a receita líquida: supondo que, destes, R$ 1.000 em mercadoria tenham sido devolvidos, que haja R$ 500 em descontos comerciais e que os impostos incidentes sobre as vendas sejam de R$ 40.000, temos:
Receita líquida: 100.0000 – 1.000 – 500 – 40.000 = 58.500
Agora, presuma que os custos envolvidos na obtenção do que foi vendido sejam de 30.000:
Lucro bruto: 58.500 – 30.000 = 28.500.
Certo. E quanto ao lucro operacional?
Bem observado! A definição de lucro operacional é simples: trata-se do lucro gerado única e exclusivamente pela operação do negócio, descontadas as despesas administrativas, comerciais e operacionais. Assim, exclui-se qualquer movimentação financeira.
É O LUCRO OPERACIONAL QUE MEDIRÁ SUA RENTABILIDADE OPERACIONAL; OU SEJA, A CAPACIDADE QUE O SEU NEGÓCIO TEM DE GERAR LUCRO.
Neste artigo, tratamos do lucro operacional em detalhes: trata-se de um dos indicadores que compõem a Demonstração do Resultado do Exercício. O DRE é um relatório contábil que oferece uma síntese financeira dos resultados de uma empresa durante um certo período (geralmente um ano), e é uma das mais poderosas ferramentas de análise para os gestores de uma empresa. Também é um dos primeiros relatórios para os quais os potenciais investidores olham.
Agora vamos calculá-lo. Simplificando bem, o indicador será obtido a partir da seguinte fórmula:
Lucro operacional = Lucro Bruto – Despesas Operacionais + Receitas Operacionais
Lembrando que já obtivemos um lucro bruto de R$ 28.500. A partir dele, calcularemos as despesas operacionais para chegar ao lucro operacional.
As despesas operacionais são todas aquelas também relacionadas à atividade primária da empresa. São todos os gastos com vendas, administrativos e operacionais que se envolvem diretamente com a atividade principal, menos a somatória da depreciação e da amortização.
Lembrando que para chegar ao lucro bruto já descontamos o custo de aquisição do produto ou serviço, de R$30 mil . Agora, você deverá descontar todas as despesas que incidem na venda do produto – folha de pagamento dos vendedores, custos mensais para rodar a operação, como aluguel, água, luz, telefone etc. Ou seja:
Despesas operacionais = Despesas com vendas + despesas administrativas despesas operacionais – (depreciação + amortização)
Assumindo o mesmo exemplo, suponha que: despesas com vendas – R$7.000; despesas administrativas – R$ 3 mil; despesas operacionais – R$5 mil; depreciação – R$ 2 mil; amortização – R$2 mil.
Então, temos:
Despesas operacionais = R$7.000 + R$3.000+ R$5.000 – (R$2.000 + R$2.000) = R$11.000
A essas despesas operacionais, você poderá somar outras receitas operacionais que não sejam ligadas diretamente à venda de seus produtos, mas que ainda assim estejam ligadas à sua operação principal, como: a receita de aluguéis ou a receita de uma reversão de uma provisão de devedores duvidosos, para finalmente chegar ao lucro operacional.
Vamos considerar que tivemos R$ 3.000 de receita de aluguel e R$2.000 de receita de reversão de provisão de devedores duvidosos, portanto:
Receitas operacionais = R$3.000 + R$2.000 = R$5.000
Finalmente, então, podemos calcular nosso Lucro Operacional.
Lembrando que Lucro operacional = Lucro Bruto – Despesas Operacionais + Receitas Operacionais, temos:
Lucro operacional = R$28.500 – R$11.000 + R$5.000 = R$22.500
Quais outros links sobre lucro podem ser úteis?
O assunto é praticamente inesgotável. Sempre tem alguém compartilhando informações interessante sobre como empreendedores podem se aperfeiçoar na busca pelo lucro. Abaixo, selecionamos outros conteúdos aqui do portal Endeavor que são bastante úteis a esse respeito:
Neste texto, o professor Peter Rosenwald reflete sobre a importância de se identificar “os pontos de dinâmica do lucro”.
Neste artigo, o advogado especializado em direito tributário, Eduardo Borges, aborda a questão dos impostos para te ajudar a optar pelo lucro real ou presumido.
E neste workshop, o especialista Roberto Quiroga também aborda o direito na vida do empreendedor, e comenta sobre a distribuição de lucros entre os sócios.
Esperamos que este conteúdo – ou melhor, este guia – te ajude a circular melhor pelas questões do lucro. E boas vendas!
Fonte: Endeavor Brasil
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