Veja as quatro perguntas fundamentais que você deve fazer antes de contratar uma previdência privada e saiba quando esse jeito de poupar é vantajoso.
Não tem jeito: para garantir uma aposentadoria financeiramente tranquila, é preciso guardar dinheiro desde a juventude. O ideal é poupar mensalmente para abastecer três reservas, uma para imprevistos (perda de emprego, doença grave na família, etc.), uma para a realização de sonhos (carro, casa, viagem) e outra para a aposentadoria. “As pessoas devem ter em mente que, na aposentadoria, o que costuma acontecer é a redução da renda, já que não estamos mais tão ativos profissionalmente e o valor recebido pela previdência pública é em geral baixo. Ao mesmo tempo, aumentam as despesas com saúde. Ou seja, quem não fizer um bom pé de meia pode se ver em maus bocados”, diz José Vignoli, educador financeiro do Portal Meu Bolso Feliz. Junte a isso a reforma da previdência, que deve aumentar a idade mínima para se aposentar para 65 anos (tanto para homens quanto para mulheres) e mudar os cálculos dos valores a serem pagos, e o que temos é o brasileiro demorando mais para receber menos. Resumindo? Nunca foi tão importante poupar pensando na aposentadoria!
Neste contexto, surge a opção da previdência privada. Nela, é possível escolher o valor de contribuição, a frequência com que será feita e até a forma com que será pago o imposto (tributação regressiva ou progressiva). Em teoria, um investimento fácil de se contratar. “A previdência privada é cômoda uma vez escolhido o plano, mas a contratação não é tão simples. É preciso estar muito bem informado para tomar decisões em relação a tributação e taxas, caso contrário, após décadas de contribuição, pode acabar com um valor menor do que poderia ter conseguido, caso tivesse feito escolhas melhores por meio de outros investimentos”, explica Vignoli. Para facilitar, apresentamos abaixo as quatro perguntas fundamentais que você deve fazer antes de contratar uma previdência privada e listamos as situações em que esse jeito de poupar é vantajoso. Afinal, dependendo do seu perfil e realidade financeira, você pode optar por assegurar sua aposentadoria tranquila de outras formas!
4 perguntas ao escolher uma previdência privada:
1 – Qual o valor das taxas e quais são elas?
Na previdência privada há uma taxa de administração, cobrada pela tarefa de administrar o dinheiro. O valor dessa taxa pode variar de acordo com instituições e contratos, por isso pesquise bem suas opções! É importante lembrar que a taxa de administração é cobrada diariamente sobre o valor total da reserva e, em geral, a rentabilidade informada é líquida, ou seja, com o valor da taxa de administração já debitado.
Outra taxa que existe é a de carregamento, que incide sobre cada depósito que é feito no plano. Por exemplo, se você deposita R$100 por mês e a taxa de carregamento é de 1%, apenas R$99 dos seus 100 irão para o fundo de investimento. “Como não é todo banco ou seguradora que cobra a taxa de carregamento, é preciso pesquisar bem suas opções para fugir dela. Além disso, trata-se de um valor negociável, ou seja, caso vá pagar a taxa de carregamento, converse para tentar reduzi-la”, aconselha Vignoli.
Por fim, há ainda a taxa de saída, que, como o próprio nome já sugere, paga-se na hora do resgate. Ela é cobrada em cima do valor total, ou seja, investimento mais os rendimentos. No entanto, fique de olho, pois muitas instituições não cobram essa taxa.
2 – O melhor plano para mim é o PBVL ou o VGBL?
Eis uma das mais importantes perguntas, afinal, uma vez escolhido seu plano, você não pode alterá-lo. Para ajudá-lo a decidir o melhor para o seu caso, verifique o modelo da declaração do seu imposto de renda, sendo que:
O PGBL (Plano Gerador de Benefício Livre) é mais adequado para quem tem renda tributável e declara o Imposto de Renda (IR) no formulário completo, pois permite a dedução das contribuições até 12% da renda bruta anual. Para compensar a dedução do IR, neste tipo o imposto recai sobre o total acumulado no plano, ou seja sobre o valor que você depositou somado aos rendimentos.
O VGBL (Vida Gerador de Benefício Livre) é voltado para quem declara o IR no formulário simplificado ou já atingiu os 12% de dedução num plano PGBL. Neste tipo o imposto recai sobre os lucros (rendimentos) e não sobre o principal aplicado.
3 – Devo optar por uma tributação regressiva ou progressiva?
A decisão entre os tipos de tributação irá depender do tempo em que você pretende deixar o seu dinheiro aplicado e a forma como irá retirá-lo. Na tributação regressiva, quanto mais tempo você permanece no fundo de investimento, menor será a alíquota do Imposto de Renda na hora do resgate. Por exemplo, para aplicações de até 2 anos a alíquota é de 35%, passando para 10% para aplicações de até 10 anos. Ou seja, essa opção é vantajosa para quem realmente pretende investir na previdência por muitos anos, mais de uma década. Vale lembrar também que o tempo para a cobrança de imposto é diferente para cada aplicação. Por exemplo, se a pessoa contribui mensalmente para o plano de previdência privada há 11 anos, terá o benefício para as primeiras aplicações, que já têm mais de 10 anos, mas não para as mais novas.
Na progressiva, por outro lado, a tributação acontece em duas etapas: na fonte e depois na declaração anual. Dependendo do valor que for escolhido como renda haverá a cobrança do imposto de renda da mesma forma que é feita com os salários.
4 – Quero um investimento conservador ou agressivo?
Os planos de previdência privada são fundos de investimento. Isso significa que podem ser mais conservadores – os chamados renda fixa (títulos com taxa de juros pré ou pós-fixados) – ou mais arriscados – os de renda variável, com diferentes percentuais do total investidos no mercado de ações.
Os de renda fixa são mais indicados para quem possui um perfil conservador ou que já esteja perto do período de resgate. O segundo, recomenda-se para perfis mais agressivos e para quem tem mais tempo até tirar o dinheiro. Nosso Simulador Previdência Privada te ajuda a escolher o melhor plano para você.
6 vantagens da previdência privada:
- Benefício fiscal para quem declara o Imposto de Renda com formulário completo;
- Como destina-se uma quantia fixa a ir para a previdência todo mês, acaba sendo um incentivador para a pessoa poupar, indicada especialmente para quem não possui disciplina para reservar o valor mensalmente;
- Possibilidade de portabilidade, ou seja, você não tem a necessidade de permanecer na mesma instituição que administra a sua previdência se o investimento não estiver rendendo ou se as taxas cobradas forem muito altas;
- É possível alterar o valor e a data da contribuição ou mesmo suspendê-la por um tempo – o investimento continua rendendo normalmente;
- Dependendo do plano escolhido, o pagamento de juros é feito somente no resgate, o que permite que o dinheiro renda mais. No longo prazo, isso se traduz em mais dinheiro;
- Planos de previdência não entram em inventário quando seu titular morre. Na prática, isso significa que os beneficiários conseguem receber o valor em um prazo relativamente curto, sem enfrentar tanta burocracia e outros custos.
Na hora do resgate, também há opções
Ao chegar no final do plano, você pode tanto resgatar o valor total quanto solicitar retiradas mensais por tempo determinado ou indeterminado. No entanto, apesar dessa escolha ser feita somente no resgate, é importante perguntar sobre as opções antes de decidir por um plano. As principais opções são renda temporária, renda vitalícia ou renda temporária reversível ao beneficiário. Entenda cada uma:
- Renda temporária: O contratante decide por quanto tempo receberá os pagamentos mensais.
- Renda vitalícia: Paga ao contratante desde a data da concessão do benefício até o seu falecimento.
- Renda temporária reversível ao beneficiário: Em caso de morte do contratante, a renda é reversível ao beneficiário, que receberá o valor até o prazo estipulado.
Ao fazer sua escolha, considere se não é mais vantajoso fazer o resgate total e aplicar o valor em um investimento para que os rendimentos sejam sua renda mensal. Até porque, no caso de seu falecimento e falecimento também do beneficiário especificado antes do término do prazo estipulado para os pagamentos, o dinheiro fica todo para a instituição.
Fonte: Meu Bolso Feliz
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