Diante de um cenário de consumismo desenfreado, população endividada ou frustrada por não conseguir realizar seus sonhos, inserir a educação financeira na vida de crianças e jovens tornou-se um dos principais desafios de pais e escolas.
Os pais têm papel fundamental no significado que os filhos atribuem ao dinheiro – e a forma como as famílias lidam com seus recursos financeiros pode influenciar a maneira como a criança irá administrar seus bens no futuro.
Muitos pais que não receberam orientação dessa natureza, além de também precisarem de uma “reeducação”, encontram dificuldade de transmitir esse tipo de conhecimento. Mas, agora, estão ganhando aliados na tarefa de educar os filhos financeiramente. É cada vez maior a preocupação do mercado em tornar a população apta para tomar decisões de consumo de forma consciente e responsável.
O mercado livreiro se destaca nesse contexto, com um número cada vez maior de obras sobre o tema. Essas servem tanto para os adultos se reeducarem sobre como lidam com o dinheiro, como também para material de apoio para a inserção das crianças no tema de forma adequada.
Há também, voltado ao mercado livreiro, uma nova demanda que vem das escolas, que cada vez mais adotam o tema, solicitando livros didáticos e paradidáticos sobre o tema. Isso porque se cobra das escolas a formação de alunos-cidadãos, autônomos, com visão crítica, capazes de idealizar e realizar projetos individuais e coletivos, assimilando, desde cedo, a importância do equilíbrio financeiro para o bem-estar individual e social.
Isso significa que esse tema não é um modismo, e sim um novo desafio global, já que as economias têm sofrido rápidas mudanças e, em especial, em um país como o Brasil, que, nos últimos anos, passou por uma reconfiguração da distribuição de suas classes sociais. Hoje, o país tem uma importante parcela da população com maior poder de compra, porém endividada.
Um dos caminhos para famílias e escolas educarem financeiramente seus filhos e alunos é se basearem nos pilares da Metodologia DSOP de Educação Financeira – Diagnosticar, Sonhar, Orçar e Poupar. Isso se traduz em estimular as crianças e os jovens a identificarem seus sonhos de curto, médio e longo prazos; ensiná-los a investigar quanto custam os seus sonhos e, junto com os pais – que devem saber a equação entre seu orçamento e gastos – calcular quanto seria necessário reservar por semana, mês ou ano, seja da semanada ou mesada ou do orçamento família, para que o sonho possa ser realizado.
É uma característica dos jovens e das crianças serem muito observadores e cedo começarem a perceber que o dinheiro tem uma força. A percepção deste entendimento ocorre, normalmente, por volta dos três anos. Frequentemente, eles veem os adultos entregarem dinheiro, cartões, cheques em vários locais em troca de mercadorias. Ou seja, observam que troca-se dinheiro por coisas que se quer ter. Ao mesmo tempo, crianças e jovens estão expostos às mensagens publicitárias que estimulam o desejo de ter. São duas forças importantes que movimentam a sociedade e, portanto, precisam ser bem compreendidas.
O antídoto para os possíveis efeitos nocivos do estímulo ao consumo é incentivar a leitura de obras de educação financeira e manter todos envolvidos nas decisões familiares sobre os gastos, colocando os sonhos em primeiro lugar. Temos de mostrar que nada é mágico – porém tudo é possível, desde que o dinheiro seja usado com foco e sabedoria.
Também é preciso mostrar às crianças e aos jovens que acordos não significam negação, mas sim negociação. Eles perceberão que é possível ter, mas nem sempre no momento em que se quer. Essa prática também ajuda a aliviar o sentimento de culpa de muitos pais, porque, nesse exercício, eles também aprendem a se reeducar financeiramente e deixam de ver o dinheiro – ou o poder de compra – como uma válvula de escape para suprir lacunas em outros aspectos da vida.
Fonte: DSOP
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