Estar atento a essas situações pode contribuir para uma vida financeira mais saudável.
Emprestar o nome, apostar em títulos de capitalização, usar o limite do cheque especial, entrar em pirâmides financeiras e até guardar dinheiro em casa são algumas ciladas que podem estar impedindo você de obter sucesso e equilíbrio nas finanças. A seguir, conheça essas e outras armadilhas financeiras que corroem sua conta bancária – e aprenda como fugir delas!
Empréstimo de nome
Ficar com o nome negativado ou com o acesso ao crédito bloqueado pode prejudicar sua a rotina e afetar seus planos de longo prazo. Por isso, é fundamental prestar atenção a questões diversas que podem causar essa situação –, pois ela nem sempre é causada diretamente por você.
De acordo com pesquisa realizada pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), o empréstimo de nome é o motivo pelo qual 17% dos consumidores negativados ficaram com o nome sujo no último ano. Os dados revelaram ainda que, em 28% dos casos, a dívida provem de compras que excedem o limite autorizado pelo consumidor para a pessoa a quem ele emprestou o nome.
“Dentro das coisas que são verdadeiramente nossas, o nome é algo exclusivíssimo. É muito difícil prever como a pessoa vai usar o seu nome, por isso, o melhor é não emprestá-lo a ninguém”, ensina o educador financeiro do SPC Brasil, José Vignoli.
“Independentemente de quem fez a compra, se ela estiver no seu nome, você será cobrado e é o seu CPF que pode ser negativado se a dívida não for paga. Dizer ‘não’ pode até abalar a amizade, mas se você diz ‘sim’ sem pensar nas consequências do ato, corre o risco de perder não somente o amigo, mas o dinheiro e ficar com o nome sujo”, completa Marcela Kawauti, economista-chefe do SPC Brasil.
Portanto, se você realmente quer ajudar algum familiar ou amigo, vale mais emprestar o valor que a pessoa precisa do que dar seu nome para que ela realize compras. Dessa forma, o risco é apenas de não ter a quantia devolvida, mas você se assegura de que sua reputação continuará intacta.
Rotativo do cartão de crédito
O cartão de crédito é uma boa opção para parcelar compras e reunir todas as despesas em um único dia de pagamento. Porém, caso você opte por usá-lo com esse fim, vale controlar diariamente os gastos via aplicativo ou site. Ao chegar no limite de gastos proposto por você, pare de utilizá-lo.
Isso porque não pagar a fatura inteira no fim do mês pode desequilibrar suas finanças. “As altas taxas do crédito rotativo ainda são cobradas no primeiro mês e, mesmo que depois haja a possibilidade de trocar por outra dívida mais favorável, você não será poupado da obrigação de quitar a pendência”, diz Marcela.
Pagar contas fixas com cartão de crédito
Alguns cartões permitem que você pague suas despesas fixas, como conta de água, luz e outras no crédito. Fique atento: cada instituição tem condições específicas para esses tipos de pagamentos, mas mesmo nos pacotes mais vantajosos é cobrado IOF.
Fuja dessa armadilha financeira! “É sempre mais vantajoso pagar a conta de forma tradicional do que por esse meio”, diz Marcela.
Cheque especial
Com juros altos, o cheque especial deve ser usado somente em casos emergenciais e jamais como uma renda extra. “O uso frequente deste recurso, além de reduzir o orçamento do consumidor, que sempre inicia o mês devendo para o banco, também o conduz a um ciclo vicioso, já que ele tende a enxergar o limite como uma extensão do próprio salário”, explica Marcela.
Pirâmides financeiras
Pirâmide financeira é um modelo de negócio proibido em que o rendimento depende do ingresso e recrutamento de novas pessoas, o que o torna não sustentável no longo prazo, já que em algum momento isso se esgota. Essa é uma das principais armadilhas financeiras que deve ser evitada!
Atrativa aos olhos de quem espera resultados rápidos, as empresas pirâmides podem nem sempre gerar os benefícios esperados.
Por isso, o mais importante é saber identificar esse tipo de empresa para fugir dele. “Se for necessário que você faça um investimento inicial e depois dependa de trazer novas pessoas para o negócio dar certo, fique atento, é muito provável que o dinheiro apenas esteja percorrendo toda a pirâmide até o topo, ou seja, seus idealizadores”, diz a economista.
Fazer seguro “obrigatório” ao fechar um financiamento ou empréstimo
Fazer um seguro pode ser uma boa opção para emergências e situações inesperadas, mas é preciso que a compra seja muito bem pensada e pesquisada. Ele pode ser feito no banco ou em uma corretora.
O grande problema dos bancos pode acontecer caso queiram embutir o seguro – dizendo ser obrigatório – quando você fecha um financiamento ou toma um empréstimo, por exemplo. Nesses casos, configura uma venda casada, que é uma armadilha financeira ilegal.
“O consumidor não deve aceitar a venda e pode exigir a compra apenas dos produtos e serviços dos quais necessita, cabendo procurar o SAC da instituição ou o Banco Central para fazer a denúncia”, orienta a economista.
Guardar dinheiro em casa
Deixar o dinheiro parado em casa é permitir que ele perca seu valor. Afinal, no Brasil, temos inflação de mais de 4% ao ano (IPCA-IBGE). Sem falar no risco de roubo ou assalto!
Ofertas com taxa de juros zero
Sabe quando você vai fazer uma compra e a loja promete parcelar em quantas vezes você quiser, sem juros? Isso pode ser uma armadilha financeira! “O que acontece é que quando o estabelecimento anuncia um parcelamento sem juros, no valor do item à vista ele já considerou que uma parte dos consumidores vai parcelar e embutiu os juros no valor total, tornando o produto mais caro”.
Por isso, sempre que você vir um anúncio do tipo e tiver dinheiro para pagar à vista, peça desconto. Na maioria dos casos, você vai conseguir negociar.
Além disso, fique sempre de olho no contrato da compra. Veja se não estão sendo embutidos no valor garantia estendida e outros itens que não são obrigatórios.
Não entrar no Internet Banking com frequência
É importante estar sempre de olho na conta corrente para evitar cobranças indevidas e manter o controle dos gastos. No caso de dúvida em tarifas que estão sendo descontadas da sua conta, entre em contato com seu gerente ou a central de atendimento da instituição.
“O mesmo vale para contas que ficam no débito automático. Sempre que possível, cheque se o que está sendo cobrado é o mesmo que foi contratado e se não houve reajustes de valor. Atenção também à fatura do cartão de crédito. Dessa forma você evita especialmente problemas com clonagem do cartão e compras indevidas, por exemplo, já que, nesse caso, quanto mais rápido conseguir entrar em contato com o banco para cancelar o cartão e pedir reembolso, melhor”, aponta Marcela.
Fonte: Meu Bolso Feliz
Compartilhe isso: