Saiba como funcionam, aprenda a reconhecer o sistema e evite problemas futuros.

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Em tempos de crise e de juros em queda, muitas pessoas sentem a necessidade de buscar alternativas para ganhar dinheiro e, quando a busca começa, se deparam com uma opção divulgada como se fosse uma oportunidade imperdível: você investe um valor e tem a promessa de altos retornos muito mais rápido do que qualquer outro investimento. Além disso, neste tipo de esquema, você precisa recrutar outros investidores que também entrarão no negócio. Se você já reconheceu esse método, pode estar diante da Pirâmide Financeira, sistema que tem esse nome porque em cada nível aumenta o número de investidores. O problema é que esse sistema não é permitido no Brasil pois a maioria das leis proíbem práticas onde o potencial de lucro resulta principalmente de recrutar outros investidores e não da venda de produtos ou serviços.

E é exatamente por isso que muitas delas tentam envolver a venda de produtos em uma tentativa de mostrar a legitimidade no negócio. “Muitas vezes as pessoas são levadas pelo desespero e pela urgência em ganhar dinheiro de forma rápida, fácil e com promessa de pouco esforço, mas é preciso ficar muito atento para não cair nesse golpe”, explica Tiago Melo, Especialista em Gestão de risco, blindagem financeira e patrimonial. Abaixo, você entende como funciona a pirâmide e porque ela é sempre uma alternativa perigosa:

Onde surgiu

Na década de 1920, nos EUA, o imigrante italiano Charles Ponzi montou um esquema que oferecia uma rentabilidade de 50% em 45 dias. Na época, ele soube que os selos de resposta do correio internacional podiam ser vendidos nos Estados Unidos por um preço mais alto. Ele espalhou a notícia e as pessoas começaram a entregar dinheiro para Ponzi administrar esse negócio. O problema é que Ponzi pegava esses valores e não comprava selos, e sim pagava rendimentos de até 100% com esse capital. Com o tempo, convenceu mais parceiros a apoiarem seu negócio. As primeiras pessoas que investiram obtiveram o prometido no intervalo temporal combinado, mas com o tempo os novos investidores pararam de receber.

Mais de 17 mil pessoas tiveram perdas. Ele foi preso. No final dos anos 2000, Bernard Madoff – um investidor de Wall Street – arrecadou bilhões de dólares de investidores, entre eles celebridades, gente do mercado financeiro, bancos e até brasileiros, prometendo um retorno de 1% ao mês. Parte dos recursos nem foi investida. O dinheiro que entrava pagava aqueles que pediam resgate dos recursos. Foram 16 mil investidores em 16 anos de atividade. Em 2009, ele foi condenado a 150 anos de prisão, entre outros crimes por fraude financeira.

Avaliando essas duas histórias, fica ainda mais claro porque o sistema é ilegal, certo? Quando o retorno financeiro elevado e rápido está atrelado única e exclusivamente ao recrutamento de novos participantes, esse negócio está fadado ao fracasso porque o dinheiro dos novos participantes serve para pagar o rendimento prometido aos “investidores” antigos. Quando o número de novos entrantes começa a diminuir, há uma quebra da pirâmide e ninguém mais recebe o valor prometido. “E é muito importante ficar de olhos sempre abertos porque a pirâmide costuma vir “maquiada” como marketing multinível, colocando um produto com uma chave do negócio”, alerta Tiago.

Veja abaixo:

A diferença entre Pirâmide e Empresas de Investimento

Na Pirâmide Clássica, o foco principal é a busca por novos investidores, ou seja, pessoas que aportam recursos financeiros na empresa em troca de uma promessa de retorno elevado e com a condição de que se recrutem novos investidores. Os novos participantes do esquema que precisarão investir um dinheiro para pagar outros investidores que já estão a mais tempo no negócio. “É preciso ficar muito atento às empresas de investimento que prometem retornos absurdos, mas insistem para que o investidor traga mais gente. Para fugir dessa cilada, sempre cheque se a empresa é idônea e regulamentada na CVM que fiscaliza este tipo de atividade no Brasil”, sinaliza Marcela Kawauti, economista-chefe do SPC Brasil. E mais: se os retornos prometidos são garantidos maiores do que empresas idôneas no mercado, sempre desconfie. Nenhum empresa pode garantir um retorno alto sem correr altos riscos

A diferença entre pirâmide e Marketing Multinível

Para ficar clara a diferença entre os dois negócios é preciso entender a diferença entre a pirâmide clássica e o chamado marketing Multinível.

O marketing multinível legítimo tem como negócio principal um serviço ou produto e caso você entre neste negócio, a maior parte dos lucros deve ser resultado de vendas. Ou seja, se os rendimentos que você espera desta empresa são atrelados à venda de produtos ao invés do recrutamento de novas pessoas, as chances da empresa ser honesta são grandes.

Outras dicas para reconhecer o Sistema de Pirâmide

“Uma característica muito simples é a falta de regulamentação de órgãos sobre o sistema de pirâmide e a falta de capacidade de controle do governo ou entidades regulamentadas financeiras sobre o sistema”, explica Tiago. Abaixo, 5 dicas para você aprender a reconhecê-lo:

1 – Não se engane com nomes difíceis e promessas de uma vida próspera. “Rentabilidade alta em curto prazo de tempo implica diretamente um risco elevadíssimo sobre o negócio”, explica Tiago.

2 – Faça uma busca. Se você procura os órgãos regulamentadores e percebe o alto índice de reclamação, o sinal está vermelho para seu futuro negócio. Vale lembrar que cada esquema de pirâmide está relacionado a um negócio diferente. Portanto é preciso entender qual o órgão regulador daquele setor específico para então fazer a busca.

3 – Leia o contrato – e releia o contrato. Fuja de cláusulas absurdas e itens que só dão direito para o contratante e nunca para o contratado. Na dúvida, procure um advogado para te ajudar.

4 – Trabalho sério é sempre formalizado. No caso de vendas de produto é importante checar se a empresa emite nota fiscal na compra ou venda porque para que possa prestar contas sobre a origem de seus produtos e serviços. Se o negócio estiver ligado a investimentos, e não produtos, exija as notas de negociação, transferência de títulos e extratos. E cheque se a empresa é regulamentada, Sem esse documentos de que as transações estão de acordo com a lei você estará sempre desprotegido.

5 – Desconfie de empresas sem missão definida. Projetos que só tem motivação, mas não tem um objetivo claro são perigosos. Lembre-se sempre disso!

Fonte: Meu Bolso Feliz

 

 

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