Organizações formadas por grupos de pessoas com interesses comuns oferecem crédito, produtos e serviços mais em conta aos associados. Além de promover integração econômica, o modelo incentiva o desenvolvimento social das comunidades.

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Acostumados a reclamar dos juros cobradas pelas instituições financeiras tradicionais, os brasileiros não procuram alternativas de crédito mais barato. Mas elas existem. Responsáveis por 2,18% do Sistema Financeiro Nacional, as cooperativas, por exemplo, oferecem taxas mais atrativas aos associados. No rotativo do cartão de crédito é possível encontrar bancos cooperativos que cobram 2,41% ao mês, enquanto a taxa mais baixas em bancos comerciais é de 11,72%, e a mais alta, de 19,18%.

Baseado no pensamento de união por um ideal em comum, o cooperativismo está em expansão em todo o mundo. Além de promover inclusão financeira, o modelo incentiva o desenvolvimento econômico e social da região no qual está instalado. No Brasil, os números ainda são tímidos se comparados a outros países, mas não deixam de ser significativos. Há 6,6 mil cooperativas espalhadas por todo o território nacional, que empregam 376 mil pessoas.

Presente em mais de 100 países, o cooperativismo envolve, direta e indiretamente, mais de um bilhão de pessoas e é responsável por mais de 250 milhões de empregos. “O cooperativismo foca em grupos de pessoas que têm um ideal em comum. Então, elas se organizam para se inserir no mercado ou para comprar algo com alguma vantagem”, explica a gerente Técnica e Econômica da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), Clara Pedroso Maffia.

Associar-se a uma cooperativa é como ser sócio de empresa. Os membros têm direito a voto nas assembleias e desfrutam dos serviços oferecidos, seja para comprar a casa própria, obter empréstimos ou ter crédito para a produção agropecuária. “As pessoas percebem que é mais fácil alcançar o objetivo juntos do que individualmente”, ressalta Clara.

Não existem limite de associados. Cada cooperativa segue um estatuto e define os próprios critérios, baseados na legislação. Antes de se associar, é necessário que o interessado confira se a instituição está registrada no sistema da Organização de Cooperativas do estado e saiba como funciona o modelo. “É preciso conhecer deveres, direitos, legislação e responsabilidades específicas do ramo a que está se associando. Ser membro de uma cooperativa é como ser sócio de uma empresa, tem que entender o negócio”, aponta Remy Gorga Neto, superintendente do Sistema OCDF-Sescoop/DF.

“Os bancos alegavam que não éramos uma praça rentável, só tínhamos pobreza. Em dois anos, com a cooperativa, recuperamos tudo o que havíamos perdido”

De acordo com Clara Maffia, da OCB, as cooperativas têm impactos locais e sociais muito fortes, pois desenvolvem diversos setores, a infraestrutura e a educação de uma região. Existem municípios brasileiros nos quais a economia gira em torno de cooperativas, como São Roque de Minas (MG). A cidade, que hoje atrai turistas pela produção de queijos especiais e pela beleza das cachoeiras, viveu anos difíceis quando o único banco da região, a MinasCaixa, foi liquidada pelo Banco Central no início dos anos 1990.

Com pouco mais de 6 mil habitantes, a população viu a cidade se desfazer. Não havia oportunidades de emprego e educação, os filhos dos grandes pecuaristas se mudavam para a capital para estudar e nunca mais voltavam. Na época, a economia do município, baseada na produção leiteira, na renda dos aposentados e dos fundos da prefeitura, não conseguia movimentar recursos financeiros e os grandes bancos se recusaram a instalar uma agência por lá.

Foi no cooperativismo de crédito que a economia da terra da nascente do Rio São Francisco renasceu. Hoje, o banco Sicoob Saromcredi tem dez unidades espalhadas pela região. “Os bancos alegavam que não éramos uma praça rentável, só tínhamos pobreza. Em dois anos, com a cooperativa, recuperamos tudo o que havíamos perdido”, lembra o presidente do Conselho de Administração do Sicoob Saromcredi, João Carlos Leite.

Com a ajuda da cooperativa, os produtores de leite melhoraram a qualidade do queijo, marca da cidade, e instalaram escolas que difundem as ideias do cooperativismo. “Somos autossuficientes na produção de milho, e os 300 mil pés de café que tínhamos em 1991 se multiplicaram para 28 milhões. O país sofre com mais de 13 milhões de desempregados, mas, em São Roque falta mão de obra”, comemora Leite.

Fonte: Correio Braziliense

 

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